17 de abril de 2011

AS FORÇAS DA NATUREZA


É imperativa nos dias atuais, e de forma inconteste, a ideia consolidada de que tudo que é perceptível no espaço natural reage, de forma significativa, às ações daninhas causadas pelo Homem – o principal agente de destruição da natureza, compreendida no sentido lato sensu do termo; i. é.; do ecossistema interior, que nos funda como seres no campo da física, à representação do humano, na linha de uma entidade cósmica, que engendrou o universo ilimitado e tudo que nele existe, ainda que desconheçamos outras formas de vida, singulares e plurais, presentes no e fora do planeta Terra.
Conviver com a tese de que um grupo de humanos viva em prol da devastação do espaço natural, em nome de interesses vis e particulares, é, com efeito, aterrorizador para a maioria, que são os excluídos do dito bem-estar social, e para aqueles que, incansavelmente, lutam como sentinelas, alertando a todos sobre o perigo, cada vez mais iminente, de um cataclismo de ordem planetária e de caráter irreversível.
Por um lado, sempre pensamos, ainda que os noticiários e as mídias despejem uma torrente de informações, apontando para tais abismos, na possibilidade de reversão de um quadro escatológico, cujo final é o extermínio total da raça humana, protagonizado pelo próprio Homem. Por outro lado, há sempre uma dúvida que nos envolve e nos induz a pensar sobre um possível exagero daqueles que, ao contrário dos guardiões da natureza, se postam como alarmistas de plantão. Estamos, por esta trilha, a perseguir uma reflexão ímpar sobre a lâmina do machado: quem, verdadeiramente, presta um serviço, de fato e de direito, à verdade? 
Ora, não é necessário sermos astrônomos, astrofísicos, físicos, místicos, iniciados, esotéricos, religiosos etc, para que não percebamos o que está acontecendo na malha do nosso planeta no espaço de pouco mais de um século. Do aumento da temperatura em 1 grau, e de forma crescente, desde o final do século XVIII à destruição da camada de ozônio, desde o final do século passado; o movimento maciço das placas tectônicas, propiciando terremotos marítimos, com conseqüentes tsunamis, e atividades vulcânicas, consideradas extintas, e, literalmente, renascendo como fênix, dentre outras; das tempestades solares, que aumentaram consideravelmente nos últimos anos ao derretimento paulatino das águas nos pólos, dentre outros fenômenos, têm feito pessoas de todas as áreas a refletirem sobre estatutos ainda não explorados no campo do saber. O saber científico, per si, tem se tornado impotente para dar respostas à demandas crescentes e, por conseguinte, emergentes, em um tempo cujo trânsito é marcado por acidentes de toda ordem.
A imersão do homem em águas primordiais é o grande desafio do milênio, que já nasceu pleno de predicados relacionados à cena apocalíptica. A palavra de ordem que tem sido pregada, como um mantra às avessas e hediondo, em todos os lugares, é o vocábulo FIM. Fim de quê? Fim, por quê? O obscurantismo que paira sobre as cabeças pensantes, que estão afundadas por um medo titânico e uma incerteza atlântica, é similar ao questionamento pautado acima, sem qualquer resposta plausível. Diante de tal dilema, eis a conclamação: cabe ao Homem o retorno a si mesmo. Não há nessa assertiva qualquer ensaio filosófico ou tentativas congêneres; mas um apelo à escuta da voz de cada um, que está incrustada, dentro de todos nós, e que há muito a desprezamos. Neste advérbio de lugar – interior –, é que está a verdadeira natureza do ser humano. Ao esquecermos a nossa natureza primeva, a que nos modelou de dentro para fora, em um tempo sideral, nos transformamos na força vil que atenta contra o ambiente que nos acolhe, desfigurando-o, destruindo-o; assim, devastamos tudo aquilo que possa colocar em risco a nossa zona de conforto, onde o egoísmo se torna a regra fundamental nas ilhas digitais nas quais nos confinamos.
A natureza esquecida é o portal de nossa espiritualidade, que, infelizmente, está selado por nosso arbítrio e vaidade. O espírito se sobrepõe à carne. O espírito é natural porque é atemporal, embora pensemos o contrário. A prática da carnalidade como casa do espírito, na qual a inversão das instâncias é a maior tragédia no mundo natural, produz nas humanidades descritas em todas as civilizações o sentimento de ansiedade, angústia, ódio, repulsa, melancolia, inveja e dor. Tais sentimentos escravizam todos; e uma vez reféns de uma sentença violenta e mortal, restam às criaturas a devastação de tudo que é visível, e que está ao alcance das mãos assassinas do próprio Homem. Desse modo, é consensual afirmar que matamos todos os dias as naturezas: o nosso ecossistema interior e o ecossistema exterior, pois a força que constrói, em grandeza e proporção, tudo que é benéfico, é também aquela que destrói. Para a nossa desgraça, optamos pela segunda.
Se o alinhamento dos planetas, que está movimentando o sistema solar, onde o Sol é a locomotiva que se firma no plano da Constelação de Sagitário, que por sua vez, se volta para o centro da galáxia, pois Alcione, o grande sol central, e o Cinturão de Fótons, determinam uma mecânica celestial, inimaginável para a ciência contemporânea; se o ano 2012, equivocadamente para muitos, traz a marca bestial do fim dos tempos; se um corpo misterioso, e que até agora há controvérsias sobre sua identidade, e que vem em direção ao nosso sistema solar, com a agravante de a ciência não ter descoberto, ainda, se as suas dimensões correspondem a um planeta ou a um cometa; se estamos, definitivamente, extenuando os últimos ponteiros do relógio, marcando o final da Era de Peixes e o início da Era de Aquários; o fato é que, para o bem ou para o mal, o que está acontecendo tanto na circunferência da Terra quanto no circuito cosmológico é de responsabilidade do dito Homo sapiens.
Por sermos descendentes das estrelas e termos sido gerados pela Luz, o espírito sofre; e, ao sofrer, este último libera a energia conflitante e represada, que insistimos aprisionar, transformando a Terra em um grande caldeirão fervente. O planeta está em convulsão e nos repele monstruosamente porque estamos nos repelindo a nós mesmos como se deparássemos com nossa imagem no espelho e arremessássemos uma pedra para quebrar de vez a nossa face ali refletida. Assim está o planeta, assim estamos nós. 
Se é verdade a tese de que a última geração atlante fora sucumbida pelo poder destruidor do vril, cuja força afundara Atlântida em uma noite, as forças da Natureza não querem nos aniquilar, mas, antes, nos alertar, de forma sábia, através de suas reações, aparentemente destrutivas, para que todos, em uma corrente planetária, compreendamos o poder da luz e do espírito, que eleva o Homem a patamares espirituais, necessários e redentores; e promove o equilíbrio vibracional que emana do planeta, que um dia fora a pérola da coroa, na Criação, para manter a ordem estelar, cósmica, e, quiçá, divina, nos eventos futuros que nos aguardam e para os quais deveremos estar devidamente preparados. Não tecnologicamente, mas, sim, espiritualmente.
As forças da Natureza sempre existiram para preservar e não para destruir; lamentavelmente, o Homem, desde que apareceu no mundo, destrói o planeta em que vive e a si mesmo, sistematicamente, e, por isso, resiste à preservação da Terra e de sua própria espécie.
Fim? De quê? Fim? De quem?   

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