5 de abril de 2011

FIAT LUX!

O título do texto, que ora apresento, não poderia ser mais contundente em tempos, nos quais a palavra apocalipse recebe contornos de dor, tristeza, desgraça; e toda sorte de mazelas que podem atormentar a nossa humanidade, já tão combalida pela decadência dos valores éticos, morais, culturais, filosóficos e religiosos, que nos identificam como a personagem principal da História e do pensamento irracional na era hodierna.
O cenário nebuloso é planetário; as convulsões da / na Terra consumam-se de forma avassaladora. Indago, portanto: como será o the day after?
Considerações filosóficas apartadas, cumpre-me pontuar o indescritível caminho da LUZ e a sua trajetória misteriosa, eterna e necessária no Universo desde a sua criação. Os mundos primevos e o nascimento da Luz se confundem na grande noite que nos precedeu. Antes da Criação, Deus; no exercício do criar, a Luz, que emergiu triunfante das trevas primordiais, onde o Nada se reduziu à essência anti-material para consolidar-se em uma corporeidade plasmática e única, tornando a luminosidade no elemento mais complexo que sempre existiu e jamais deixará de sê-lo, ainda que os céus, um dia, se dobrem sobre si mesmos ou o firmamento se encerre como grandes rolos no vazio do infinito.
A ordem de Deus fora dada no princípio, e, desde então, a Luz, em sua trajetória silenciosa, contínua e multidimensional, ultrapassou os portais do tempo e do espaço, perpetuando-se como a única forma de energia, que é vida em estado puro, essencial; e, simultaneamente, produzindo todas as formas de vida, visíveis e invisíveis, diante dos nossos olhares torpes e míopes no mundo natural. Não foi por acaso que Deus, ao deflagrar a criação no gênesis bíblico, foi o autor supremo do verbo "barah", que na língua hebraica corresponde ao passado do verbo criar ( criou Deus...), cuja utilização aconteceu somente uma vez nas Escrituras Sagradas: na criação do mundo. Logo, não é impróprio asseverar que a criação é parte de Deus, ou sua extensão em um tomo indissociável. Assim,  a ordem para que a Luz fosse parida das trevas tornara-se o marco zero da criação dos mundos e do universo: antes da Luz e depois dela. Deus e Luz são atômicos; ou seja, não se dividem. 
Gerada pelo lógos divino, portanto, a luz nasceu! Atravessando o infinito, compondo todos os seres vivos, acomodando-se nas extremidades do espaço sideral e vibrando em ondas e em cores espectrais, a Luz não reconhece a vida como processo limítrofe, desconhece a morte como ciclo terminal, e resiste a todas as transformações etéreas, físicas e metafísicas que ocorrem no organismo sem fim, que é o próprio Universo que nos acolhe. 
Sob o manto inefável das gradações, a Luz presentifica-se nas formas mais densas e nas mais diáfanas; é concentrada e rarefeita, em modos singulares. A Luz, desse modo, é plural. Singularidade e pluridade determinam a natureza luminal de tudo que pulsa no interior da Terra e nos sulcos galáticos, seja no surgimento de supernovas, seja na morte de sóis, que dão origem à novas cadeias estelares. A luz é / está presente em todos os processos vitais. Não há descontinuidade ou barramentos que impeçam a Luz de seguir o seu maravilhoso destino: iluminar!
Há uma morada inconteste para a Luz. Este lar é tão virtual quanto o movimento pulmonar de Deus. Seu nome: o coração dos humanos. Lugar primo do AMOR. Este sentimento, cuja natureza prepondera em grau e em grandeza à essência da Luz, pois o amor fora a força motriz que, no coração de Deus, o motivou a criar os mundos, os anjos, a luz, os seres, e tudo aquilo que traz o complexo código da vida.
A Luz é a grande geradora de energia vital - sentença pétrea e imutável, e proferida dos lábios do Criador no bereshit (No princípio). Porém, é imperioso proclamar que o Amor é o gerador de todas as fontes de luz que existem no cosmo, nas moradas celestiais e na vontade divina, para empreender todas as transformações necessárias, que foram realizadas e as que estão por vir nos tempos que se avizinham à nossa geração.
A Era de Aquário traz a impressão digital da Luz; e esta é parte integrante e atômica da mensagem crística, que se ancora indelevelmente na prática irrefutável de amar o próximo. A Era de Peixes, neste sentido, vive seus últimos suspiros, mas a Luz que emana dos ensinamentos do Messias atravessará os portais do tempo e vibrará como a grande ciranda da salvação, onde os homens e as mulheres de boa vontade brilharão mais do que os anjos; e o mundo será, definitivamente, uma estrela, cuja luminosidade não queimará almas e nem produzirá dores, antes alimentará nossos corpos espirituais, elevando-os a patamares inimagináveis para a nossa densidade física que, ainda, carrega o estigma do pecado original.
A Bíblia diz que "os céus e a terra passarão, mas a minha palavra não passará..." Sentença que sela o destino da Humanidade sob o véu misericordioso de Cristo - o homem que veio da Luz. Quem ama porta a Luz; quem ama é a própria Luz. Somos entidades estelares porque somos descendentes de Cristo, cuja Luz nos resgatou das trevas quando, em sua paixão, mortal, nos amou.
O tempo da transição nos convida para a passagem, pois a grande páscoa começou. Ao vibrarmos com a Luz e atingirmos a consciência planetária, o amor de Cristo reverberá em nossos corações e todas as dores serão minimizadas, aqui na Terra, e para além do circuito sideral, qualquer que seja o evento cósmico que nos atinja.
Amemo-nos uns aos outros para que a nossa Luz mude os caminhos do Universo! E que haja Luz eternamente em todos os corações; em todos os corpos astrais! Fiat Lux!

Um comentário:

Josué de Freitas disse...

Belo texto, professor. Impossível não pensar na nossa era digital, a qual só foi/é possível em razão do uso inteligente da luz em forma de energia, em que a as formas negativas e positivas são utilizadas para dar possibilidades aos trabalhos computacionais em sua linguagem binária. Certamente estamos vivendo uma fase de luz, brilhante.